Nascida em março de 1872 e criada em uma família da nobreza latifundiária, o pai era um general de origem
ucraniana e a mãe
finlandesa de origem camponesa. Passou a infância entre
Petrogrado e a Finlândia. A família limitou-lhe o acesso aos estudos e assim, aos 16 anos, após concluir seu bacharelato, foi
autodidata. Aos 20 anos, casa-se com Vladimir Mikhaylovich Kollontai, um jovem oficial do exército, com quem teve um filho, Misha. Em
1898 abandona sua situação privilegiada, deixa o marido e o filho e junta-se ao Partido Social-Democrata dos Trabalhadores Russos, atuando principalmente entre as mulheres trabalhadoras.
Devido aos seus estudos universitários em economia em Zurique, aproxima-se gradativamente dos ideais marxistas. Após retornar a Rússia converte-se numa das primeiras revolucionárias a assentar as bases da organização de mulheres operárias, convocando-as para comícios específicos dirigidos a elas. Durante o período de 1908 a 1917 é exilada em vários paises europeus, chegando a ser presa duas vezes por fazer propaganda anti imperialista.
Após a vitória bolchevique, ocupa o posto de comissária do povo (ministra) para a Assistência Pública no primeiro Governo revolucionário. Trabalhou para que fossem reconhecidos os direitos e liberdades às mulheres, modificando aspectos das leis que as subordinavam aos homens, como a negação do direito ao voto ou reduziam os seus salários e impunham piores condições salariais. Liberalizaram-se as relações familiares e sexuais, aprovando-se o divórcio e o direito ao aborto, além de numerosos benefícios sociais para a maternidade e a habilitação de creches.
Em 1918, Kollontai organiza o Primeiro Congresso de Mulheres Trabalhadoras de toda a Rússia, donde nasce o Genotdel, organismo dedicado a promover a participação das mulheres na vida pública e nos projetos sociais, nomeadamente a luta contra o analfabetismo.
A partir de 1922, começa a sua carreira diplomática, sendo a primeira mulher no mundo a assumir um posto de embaixatriz, primeiro na Noruega (1923 a 1925), depois no México (1925 a1927), Noruega novamente entre 1927 e 1930 (ano em que apoia publicamente a liderança de Estaline), e Suécia desde esse ano até o da sua reforma, em 1945. Faleceu em Moscovo a 9 de março de 1952.
Não é apenas pelo seu pioneirosmo feminista que Alexandra Kollontai merece ser reconhecida, mas também por seus estudos no campo da sexualidade humana e psicologia social que influenciaram muitos pensadores ocidentais de renome tais como: Freud e Reich.
Além de numerosos artigos de temática política, económica e feminista, destaco as seguintes obras:
- A situação da classe operária na Finlândia (1903)
- A luta de classes (1906)
- Primeiro almanaque operário (1906)
- Base social da questão feminina (1908)
- A Finlândia e o socialismo (1907)
- Sociedade e maternidade (?)
- Quem precisa da guerra? (?)
- A classe operária e a nova moral (?)
- A oposição Operária (1921)
- A nova mulher
- A moral sexual