quinta-feira, 16 de julho de 2009

ALEXANDRA KOLLONTAI



Nascida em março de 1872 e criada em uma família da nobreza latifundiária, o pai era um general de origem ucraniana e a mãe finlandesa de origem camponesa. Passou a infância entre Petrogrado e a Finlândia. A família limitou-lhe o acesso aos estudos e assim, aos 16 anos, após concluir seu bacharelato, foi autodidata. Aos 20 anos, casa-se com Vladimir Mikhaylovich Kollontai, um jovem oficial do exército, com quem teve um filho, Misha. Em 1898 abandona sua situação privilegiada, deixa o marido e o filho e junta-se ao Partido Social-Democrata dos Trabalhadores Russos, atuando principalmente entre as mulheres trabalhadoras.

Devido aos seus estudos universitários em economia em Zurique, aproxima-se gradativamente dos ideais marxistas. Após retornar a Rússia converte-se numa das primeiras revolucionárias a assentar as bases da organização de mulheres operárias, convocando-as para comícios específicos dirigidos a elas. Durante o período de 1908 a 1917 é exilada em vários paises europeus, chegando a ser presa duas vezes por fazer propaganda anti imperialista.

Após a vitória bolchevique, ocupa o posto de comissária do povo (ministra) para a Assistência Pública no primeiro Governo revolucionário. Trabalhou para que fossem reconhecidos os direitos e liberdades às mulheres, modificando aspectos das leis que as subordinavam aos homens, como a negação do direito ao voto ou reduziam os seus salários e impunham piores condições salariais. Liberalizaram-se as relações familiares e sexuais, aprovando-se o divórcio e o direito ao aborto, além de numerosos benefícios sociais para a maternidade e a habilitação de creches.


Em 1918, Kollontai organiza o Primeiro Congresso de Mulheres Trabalhadoras de toda a Rússia, donde nasce o Genotdel, organismo dedicado a promover a participação das mulheres na vida pública e nos projetos sociais, nomeadamente a luta contra o analfabetismo.

A partir de 1922, começa a sua carreira diplomática, sendo a primeira mulher no mundo a assumir um posto de embaixatriz, primeiro na Noruega (1923 a 1925), depois no México (1925 a1927), Noruega novamente entre 1927 e 1930 (ano em que apoia publicamente a liderança de Estaline), e Suécia desde esse ano até o da sua reforma, em 1945. Faleceu em Moscovo a 9 de março de 1952.

Não é apenas pelo seu pioneirosmo feminista que Alexandra Kollontai merece ser reconhecida, mas também por seus estudos no campo da sexualidade humana e psicologia social que influenciaram muitos pensadores ocidentais de renome tais como: Freud e Reich.

Além de numerosos artigos de temática política, económica e feminista, destaco as seguintes obras:

  • A situação da classe operária na Finlândia (1903)
  • A luta de classes (1906)
  • Primeiro almanaque operário (1906)
  • Base social da questão feminina (1908)
  • A Finlândia e o socialismo (1907)
  • Sociedade e maternidade (?)
  • Quem precisa da guerra? (?)
  • A classe operária e a nova moral (?)
  • A oposição Operária (1921)
  • A nova mulher
  • A moral sexual


quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Célebre Episódio do Banquinho

Sentamos no banquinho de cimento já quase seis da manhã, lusco-fusco do dia... meu horário preferido... o céu azul numa promessa de domingo de muito sol... lata de coca diet na mão e um salgadinho do tipo isopor fedorento na outra... fim de plantão... e você me rouba um beijo... me rouba um beijo!!!!

O ultimo beijo roubado eu tinha 13 anos ... e você conseguiu me surpreender quando eu achei que já sabia de tudo.

Eu estava lá de novo naquele banquinho. Nunca pensei que voltaria ali depois de todos aqueles anos. Adorava como você contava para os nossos amigos sobre o célebre episodio do banquinho. Aquilo me fazia sentir tão importante... algo tão banal, tão especial. Momento tão nosso.

FRAGMENTOS

Fragmentos de mim mesma... Enquanto leio fragmentos esparsos tento reconhecer-me... aí estão dispersos, desordenados, sem cronologia... Gostaria tanto de que esse fragmentos fizessem sentido, que as peças do quebra-cabeça finalmente se encaixassem, e então assim meio que num passe de mágica o sentido surgisse como se sempre estivesse estado ali, mas ocultado pelo recorte das peças.... Mas na verdade, é quando embaralho esses fragmentos que posso perceber que o sentido esta por trás do sentido... o sentido não é cronológico, mas biológico... O sentimento persiste como uma pedra sob o rio e que de vez em quando emerge para mostrar que apesar de escondido no profundo é parte constituinte e fundamental de quem sou... é aquilo que tenho sentido, e que tem me sentido.

Mas assim mesmo sem ordem, sem primeiro ou último... todos fragmentos são parte de mim, todos momentos me constituem igualmente sem ordem de importância ou acontecimento... sou aquilo que me aconteceu.

E você me aconteceu tanto!!!

A VIAGEM

- Você não disse nada sobre a viagem. O que você acha?

- Você nunca me perguntou o que eu pensava. Você nunca considerou o que eu poderia pensar. Você já decidiu. Isso não faz diferença agora.

- Mas eu tô perguntando agora...

- ...

- O que você acha? Você não quer que eu vá?

- Não disse isso.

- Não disse nada.

- Eu não disse nada porque se eu disser pra você ficar é porque eu quero te prender perto de mim. E se eu te disser pra ir é porque eu quero que você vá embora e me deixe sozinha.

- É verdade...

- Ta vendo?!

- Mas o que você acha? Você quer que eu vá?

terça-feira, 14 de julho de 2009

BAIÃO DE DOIS ou ZECA E CUMMINGS



Êta vidinha besta, sô!!!!
tudo igual...o sol continua brilhando, a lua continua mudando de formato, o Sarney continua enrolado no próprio rabo, e eu pra variar continuo sem saber.... sem saber o que fazer da vida, sem saber se quero ser mãe, sem saber se vou mesmo pro Rio de Janeiro em outubro, sem saber quando vai ter show do Zeca Baleiro por aqui, ou seria Zé Cabaleiro??... parece estranho, mas não, pra mim faz todo sentido!!!.... nesse mundo de meu Deus eu não ia me assustar se o Zé curte a cabala... só sei que a unica coisa que não pode é ele parar de compor essas músicas m-a-r-a que ele escreve... não é a toa que ele tem um CD chamado líricas... são mesmo! Principalmente uma que ele fez pra musicar um poema traduzido do E. E. Cummings... sente só

"Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre
Só uma parte de mim compreende
Que a voz dos teus olhos
É mais profunda que todas as rosas
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas"

tem coisa mais linda??? fala sério... esse E.E. Cummings é simplesmente considerado um dos caras que reinventaram a poesia... poesia concreta... um tipo de poesia dificil, dura, como o próprio nome ja diz... concreta. Mas ao mesmo tempo tão sublime, quase subliminar... doce... ainda bem que o Brasil produz seres de inigualável sensibilidade como o poeta Augusto de Campos, que conseguiu traduzir a poesia intraduzível de Cummings, pra gente poder se deleitar em português mesmo... não sei se sou só eu, mas sempre tive muita dificuldade de ler poesia em outra lingua que não a minha... parece que falta algo.... então vem sempre um poeta, ser mais evoluido, e me tira do eu desespero... vou postar mais uma do Cummings que é pra deixar um gostinho de quero mais ....

minha especialidade é viver - era a legenda
de um homem(que não tinha renda
porque não estava à venda)

olhar à direita - replicaram num segundo
dois bilhões de piolhos púbicos do fundo
de um par de calças(morimbundo)